Alice no País das Maravilhas, Chapeuzinho Vermelho, a Bela Adormecida, Cinderela, Branca de Neve, Os três Porquinhos, João e Maria, A Princesa e o Sapo, A Pequena Sereia e diversas histórias do folclore brasileiro. A princípio, histórias e lendas infantis, inocentes, contadas para as crianças antes delas dormirem. Mal sabe a maioria das pessoas que antigamente essas histórias eram contadas de boca em boca, nas mesas de bar, de adultos para adultos, e envolviam fortemente violência, canibalismo, insinuações sexuais e uso de drogas. Pra ver como as histórias mudam, depende de quem conta, publica... as coisas mudam, de geração em geração.
Por exemplo: mal podia você imaginar que antigamente a história recriada em filme por Walt Disney que fala de uma inocente menina que cai na toca do coelho e encontra um mundo paralelo era diretamente relacionada ao uso de drogas. Ou que a ingênua Chapeuzinho, ao chegar na casa da avó (já morta pelo lobo), se alimentaria, sem saber, da carne e do sangue dela, e logo depois, insinuaria a cena de sexo na qual se deitaria na cama, nua, ao lado do lobo disfarçado.
Tem também a Bela Adormecida, que em sua primeira versão desmaiava ao enfiar uma farpa no dedo, e, inconsciente mesmo, engravidava de um rei abusado e tinha gêmeos. Só acordaria quando, nove meses depois, um dos filhos tiraria a farpa de seu dedo ao tentar mamar. Nessa mesma versão, a princesa sofria ainda com a sede de vingança da rainha traída, que no final da história cozinhava ela e os filhos num caldeirão. Já na primeira versão da Branca de Neve, a verdadeira maluca que tinha inveja da beleza da princesa era sua própria mãe, que tentava, do mesmo jeito que a madrasta da Disney, dar um fim na bela. Essa parte permanece do mesmo jeito: a mãe pede para o caçador que dê um fim na própria filha, e que traga como prova do crime o fígado e o pulmão da princesa. O caçador não mata a jovem, e para enganar a rainha, leva o fígado e o pulmão de um javali. A malvada, satisfeita, se alimenta de ambos os orgãos, lambendo os beiços. Além disso, haviam rumores de que Branca mantinha relações sexuais com todos os anões, e o final feliz dessa conturbada história consistia na condenação da rainha, que morre torturada na frente de todos, no casamento de Branca com seu príncipe.
Uma coisa me chamou atenção na primeira versão da Branca de Neve, e ela logo se repetiu no original de João e Maria: no lugar das madrastas malvadas, quem tentava matar a filha, ou quem mandava os filhos embora de casa por falta de comida eram as mães biológicas. Qual seria a explicação pra essa modificação? Não traumatizar as crianças? Se pensarmos bem, não adiantou, pois cada vez mais as "madrastas" ou segundas mães estão presentes na vida das crianças. Só dificultaram pra elas, coitadas!
Outra história curiosa, brasileira mesmo, mas que eu nem tinha a mínima ideia de que se envolvera com drogas é a famosa e prestigiada história do Sítio do Pica Pau Amarelo. Lembra aquele pó de pirlimpimpim, que a Emília joga sobre a cabeça das pessoas e elas podem viajar pra qualquer lugar que quiserem, que imaginarem? Pois então... nas primeiras versões, esse inocente pozinho era cheirado pelas crianças... o clima ficou tão tenso que Monteiro Lobato teve que mudar o jeito de usar o pó, para não sugerir o uso de cocaína.
Agora, depois de ler tudo isso, só pra finalizar: imagine-se contando uma história dessas para uma criança, antes dela dormir. Aha! Agora complicou o negócio né!? De infantis, nossas histórias da carochinha de hoje em dia não tinham é nada!
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bárbara, ficou muito bem escrita esta primeira postagem!
ResponderExcluirque bom que gostou da matéria da revista mundo estranho.
estou ciente de que utilizarás o blog para conteúdos de artes. achei ótimo isto!
por e-mail, encaminharei a você os próximos passos por aqui, ok? ah, e também os endereços dos blogs dos seus colegas.
até mais,
prof. ítalo.